Na capital, são mais de 25 mil casos confirmados da doença; duas mortes foram confirmadas e outras 27 são investigadas. No estado, são 22 óbitos confirmados e 119 em investigação. Covisa diz que prefeitura avalia relatórios e amostra do Instituto Adolfo Lutz para registrar caso.
Um adolescente de 16 anos morreu com sintomas de dengue cinco dias depois de ser internado em um hospital na cidade de São Paulo.
Embora a prefeitura da capital e o governo de São Paulo não confirmem oficialmente, a declaração de óbito de João Victor Biassi diz que o jovem morreu pelas seguintes causas: choque não especificado, insuficiência respiratória aguda, febre hemorrágica devido ao vírus da dengue e obesidade.
A família, que vive em Guarulhos, procurou o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, no município da Grande São Paulo, mas não conseguiu atendimento.
“Não fomos atendidos. Aí, a gente veio pra casa, tomou outro banho, dei janta pra ele e fui pro Parque Paulistano, que é a UPA perto de casa”, contou Fernanda Biassi, mãe de João.
“Na quinta à noite, ele veio para casa da minha mãe e disse que estava com gripe. Na sexta de manhã, foi trabalhar com muita dor, falou que tinha muita dor nas pernas, na barriga e de cabeça. Ele ligou pra mim e disse que precisava ir para casa porque estava ruim”.
A mãe, então, procurou o Hospital Tide Setubal, da rede municipal da cidade de São Paulo. Ele foi internado, intubado, mas na terça-feira (27) não resistiu e morreu.
“Lá ele foi atendido e fez o teste rápido de dengue e já deu na hora que era dengue. Passaram medicação, dipirona e paracetamol porque ele estava tendo muita febre, 40ºC, aí ele foi para casa. A gente ficou sábado normal, almoçou, jantou, conversou um pouco. Quando foi no domingo, umas 6h da manhã, ele levantou e disse que estava vomitando sangue”
A prefeitura de Guarulhos informou que João esteve no hospital no dia 23, mas que, quando chegou sua vez no atendimento, a família já havia ido embora. A mãe conta que saiu mais de 5 horas depois de chegar à unidade.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informou que realiza a investigação detalhada de cada caso de óbito suspeito por dengue na capital paulista, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde (MS).
Número da dengue em SP
A morte de João ainda não está na conta oficial do estado, que já soma 22 óbitos pela doença neste ano. Em média, por dia, quase 1,9 mil pegam a doença em SP.
Em todo o estado, desde o início de 2023, 1.878 novos casos de dengue são confirmados por dia, em média. De acordo com os dados divulgados pelo painel de monitoramento da dengue, já são mais de 110 mil casos confirmados em São Paulo.
- 22 pessoas morreram;
- 119 óbitos estão em investigação;
- Na capital, são mais de 25 mil casos confirmados;
- 2 mortes foram confirmadas e outras 27 estão sendo investigadas.
Segundo a Covisa, a morte de João só deve entrar nas estatísticas oficiais em uma semana. O órgão diz que a prefeitura avalia os relatórios médicos, exames realizados e aguarda resultado de amostra no Instituto Adolfo Lutz. Sobre demora, a gestão municipal diz que há relação com o Instituto Adolfo Lutz
“A notificação, o registro de casos de dengue é fundamental não só para o manejo adequado da doença, mas também para entendermos o perfil da doença que vem acontecendo em todo o país. O número de casos, o tipo de vírus que está circulando, as maiores taxas de incidência, ou seja, casos por 100 mil habitantes por cada região, a letalidade, qual região há mais mortos ou não. Tudo isso faz com que nós tracemos em nível federal as estratégias melhores de controle da doença”, explicou o infectologista Renato Kfouri.
O que diz a Prefeitura de SP
Em nota, a prefeitura da capital afirmou:
“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), realiza a investigação detalhada de cada caso de óbito suspeito por dengue na capital paulista, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde (MS). O caso citado está sob investigação epidemiológica, com amostra já encaminhada para o Instituto Adolfo Lutz (IAL). A pasta lamenta a perda.
Fonte: G1